mosteiro de s. miguel de refojos
2018 | Em Curso | Cabeceiras de Basto
A edificação do atual Mosteiro de São Miguel de Refojos teve início em 1755, no local onde já existia uma
igreja do século XVII. A Igreja foi classificada em 1933 como Imóvel de interesse Público. No seu conjunto edificado encontram-se ainda classificados com esta categoria a sacristia e o teto do atual salão nobre dos Paços do Concelho.
Está no horizonte próximo do município a intenção da ampliação da classificação a todo o conjunto como Monumento Nacional, aguardando apenas a conclusão de um conjunto de intervenções de restauro e reabilitação que nele a Câmara municipal de Cabeceiras de Basto está a levar a cabo.
O edifício encontra-se parcialmente ocupado pela autarquia de Cabeceiras de Basto, à qual reside a função
de salvaguardar, promover, conservar e valorizar este notável imóvel, incentivando fluxos turísticos e novos visitantes. Apesar de ter sido objeto de várias intervenções de reabilitação e restauro ao longo dos quase três séculos da sua existência, o seu mau estado de conservação incentivou a autarquia para obras
de beneficiação.
O objetivo desta intervenção passa pela valorização arquitetónica e patrimonial do conjunto, através da instalação do Serviço de Atendimento Único (SAU) do município no piso térreo da ala poente, o restauro e reabilitação do zimbório e restantes coberturas da Igreja e da ala nascente do Mosteiro, a reabilitação de vãos e pinturas das fachadas e a criação de condições de acesso às torres da igreja, para manutenção no caso da torre sineira e para visita de público na torre sul.
Está ainda atualmente em curso a intervenção de restauro e reabilitação do espaço da Livraria, já concluída
ao nível de recuperação estrutural dos tetos e dos armários, e a intervenção de restauro e reabilitação do espaço do Refeitório.
Na intervenção da instalação do SAU e piso térreo da ala poente do Mosteiro, foi fundamental que as soluções refletissem o contexto de contemporaneidade no qual foram concebidas, destacando-se do existente, e desta forma tornando legível o que é original. Para este efeito, destacam-se os trabalhos de restauro, reabilitação e conservação dos elementos e o acondicionamento oculto e ordenado de todas as infraestruturas necessárias às atuais e novas funções. Procuraram-se soluções construtivas que visassem a durabilidade dos materiais e que permitissem o funcionamento e manutenção das instalações a um custo reduzido.
A reabilitação das coberturas da igreja e da ala nascente do Mosteiro compreendeu genericamente a revisão de toda a armação de madeira dos telhados, a sua limpeza geral e proteção, substituição de peças em mau estado de conservação, revestimento de toda a área coberta com forro ventilado e substituição
de todas as telhas existentes por telhas novas.
Destaca-se nesta intervenção o restauro das coberturas de chumbo do zimbório e do seu lanternim, elemento de qualidade excecional e único no panorama nacional do conjunto dos Mosteiros Beneditinos, que se eleva 36 metros acima do transepto.
A recuperação das fachadas exteriores compreendeu o tratamento e pintura dos rebocos e cantarias existentes e a recuperação ou substituição dos caixilhos e portas existentes.
A Livraria estará muito em breve dotada de equipamento, infraestruturas, mobiliário e iluminação de
forma a criar um espaço de funcional e confortável que albergará um centro de investigação beneditina. Localizado no piso térreo da ala nascente, o antigo Refeitório que se encontra atualmente em
transformação dará lugar a uma sala polivalente capaz de albergar várias funções de apoio ao funcionamento do Mosteiro. Profundamente alterado pelas intervenções anteriores, vê agora serem refeitos elementos caracterizadores do antigo espaço. É exemplo disso o púlpito, elemento-chave da Regra Beneditina. O antigo Refeitório poderá funcionar como a sala de jantar que já foi ou como espaço de
conferências e novas apresentações mas será sobretudo o espaço de acolhimento ao visitante do Mosteiro. Por fim, foi desenvolvido para todo o Mosteiro o circuito de visitação e sinalética, abrindo de forma organizada, informada e segura os espaços à fruição do público.
Todas as intervenções referidas foram norteadas pelo princípio da reversibilidade, no máximo respeito pelas pré-existências.
O projeto de reabilitação e restauro do Mosteiro de São Miguel de Refojos garantiu a estabilidade do edificado no presente, assumindo também, a sua segurança no futuro. A autarquia acredita que a defesa do património é uma responsabilidade coletiva e assume esta responsabilidade, de zelar pela conservação, e contribuir para o interesse turístico da região afirmado por este imóvel de carácter excecional.
Proprietário do imóvel:
Construtor:
Diagnóstico e estruturas da igreja:
Estruturas:
Instalações Hidráulicas:
Instalações AVAC:
Fotografia:
Estado Português - Município de Cabeceiras de Basto
AOF – Augusto de Oliveira Ferreira & C.ª, Lda.
Universidade do Minho | Eng.º Paulo Lourenço
Poliedro - Centro de Projectos de Construção, Lda. | Eng.º Mateus Gomes
Professor Engenheiro Vasco Peixoto de Freitas, Lda. | Eng.º Vasco Freitas
GM Engenharia, Lda. | Eng.º Pedro Gordinho
Inês d'Orey